Páginas

sábado, 20 de outubro de 2012

Felicidade na solidão

Bocejo é a única palavra que consigo encontrar para descrever a vida que hoje em dia levámos.
Perdidos na mesma rotina vezes e vezes sem conta parece que a letargia se apoderou do mundo e que de alguma forma, tal como uma poça, estagnamos e a originalidade deixou de surgir.
Dou por mim a pensar que o motivo possa ser a companhia extremamente irritante das pessoas que nos rodeiam em todas as fases do dia-a-dia.
De certa forma essa companhia acaba por, tal como um penso a uma ferida, estancar a nossa originalidade que tanto poderia ser aproveitada pelo mundo. Ver isso acontecer é realmente doloroso, mas não me aperceber de que também me acontece a mim talvez seja ainda mais. Afinal, se o invulgar começa a tornar-se secante que raio estou aqui a fazer?

Um pouco de narcisismo poderia ajudar aqui.

A paixão que tenho comigo próprio, a relação de amor-ódio que partilho com o meu cérebro parece não ser suficiente para que possa encontrar um meio termo na inutilidade e na espectacularidade que parecem ser regra hoje em dia.
Por isso discuto com ele se não devia fazer certas coisas e ainda se essas coisas que deveria fazer e que não tenho a certeza se farei deveriam ter sido pensadas e ponderadas como se de alguma maneira a minha mente me tentasse pregar rasteiras e atirar-me contra paredes já com a espada a sair-me pelo peito.

Então que tal? E se me tornasse um eremita?

E se abolisse toda a companhia, a das pessoas e do meu cérebro e me deixasse guiar por aquilo a que chamamos coração? Se vivesse num deserto onde apenas escorpiões estariam atentos aos meus movimentos?

Será que encontraria felicidade na solidão?

José Assis , LaResistance


Vive la Resistance!


Sem comentários:

Enviar um comentário