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domingo, 28 de outubro de 2012

O esquecimento da minha memória

Custa-me pensar em coisas assim, em pessoas que já partiram mas que estão presentes em todas as nossas acções e palavras, em pessoas que foram grandes heróis mas nunca irão ser lembrados.
A morte é algo belo, talvez por ser uma parte inevitável da vida, talvez por ser o único campo que o homem não pode explorar e afirmar conhecer, mas o desaparecimento de uma mente brilhante deixa tristeza e quem com esse sentimento fica, torna-se um filósofo. Pensa em todos os mistérios por resolver, em todos os dilemas que já voaram pelas ideias dos cultos.
Hoje, e porque me tornei um filósofo sem o desejar, dou por mim a pensar em todos aqueles que ficaram perdidos nos anais dos homens, que tiveram um papel fundamental nas nossas vidas e cujo nome não é e nunca será mencionado.

Peguemos em Alexandre Magno, grande comandante grego, a cidade de Alexandria foi construída em sua honra, invadiu o agora Chipre que se dizia ser intransponível, milhares de anos se passaram desde a sua morte e ainda hoje é inspirador, ainda hoje é falado e é quase obrigatório para quem quiser ter um pouco de conhecimento saber sobre ele e sobre um pouco da sua vida.
A questão aqui é: será ele o verdadeiro herói?
Nas suas campanhas, que se estenderam do da Grécia até ao Egipto e daí até à Índia, morreram milhares e milhares de homens, quer doentes, quer acidentados, quer em luta caótica e leal ao seu comandante.
Esses homens, apenas a seguir ordens, possibilitaram a Alexandre o alcance dos seus objectivos e tornaram-no um herói, o maior conquistador grego de todos os tempos.
Porque não são os nomes desses homens lembrados como o é o do seu comandante e senhor?
Foram eles os verdadeiros heróis, eles morreram por uma causa, por glória, por lealdade e no entanto apenas quem os guiou tem agora o nome escrito nos livros de história.

Então e eu? 
Provavelmente serei apenas mais um peão com um papel tão importante como o herói das lendas do futuro, mas considerado insignificante. Provavelmente as minhas palavras irão ficar esquecidas e num futuro distante quando alguém encontrar os resquícios dos muitos rascunhos que por aí tenho irá imediatamente colocá-los de parte.
Confortam-me as pessoas que posso agora influenciar e mesmo assim continua a custar-me.

José Assis, LaResistance

Vive la Resistance!

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